16 de novembro de 2023
A RAE-IC – Revista de la Asociación Española de Investigación de la Comunicación acaba de publicar, em seu volume 10, número 20 (2023), o artigo “A Internacionalização da Pesquisa Brasileira em Comunicação: desafios e estratégias”, em que Alfonso de Albuquerque (UFF), Thaiane Oliveira (UFF), Francisco Paulo Jamil Marques (UFPR), Edna Miola (UFPR), Isabele Mitozo (UFMG), Camilla Quesada Tavares (UFMA) e Mayara Araujo (UFF) examinam o perfil da produção bibliográfica de pesquisadores vinculados a universidades nacionais que publicam em periódicos internacionais de maior prestígio.
“Ao examinar a evolução da produção de artigos no curso de mais de duas décadas, o trabalho identifica as revistas em que essa produção é veiculada e explora as estratégias de pesquisadores brasileiros para circularem em periódicos indexados no JCR. O estudo crítico sobre os dados de produtividade sugere que o grau de visibilidade da produção científica é influenciado por elementos estruturais que caracterizam o sistema acadêmico internacional”, escrevem os(as) autores(as) no resumo.
O artigo começa traçando uma análise das políticas de fomento à internacionalização da pesquisa nas últimas décadas no Brasil para, em seguida, examinar os principais entraves enfrentados por pesquisadores(as) que atuam no país para publicar suas pesquisas em periódicos internacionais, citando, entre outros: assimetrias nacionais (com políticas competitivas privilegiando instituições do Sudeste) e globais (reforçadas pela divisão internacional do trabalho acadêmico, entre países dominantes e periféricos); hegemonia histórica, principalmente dos países anglófonos, “fortalecida pelas rotinas típicas do capitalismo acadêmico e dos sistemas de classificação”; e internacionalização “com base na agenda estadunidense”.
O levantamento na base Journal Citation Report (JCR) resultou em um total 196 pesquisadores vinculados a alguma instituição brasileira na época da publicação dos respectivos artigos, com 149 artigos publicados em 28 dos 47 periódicos internacionais coletados nos estratos Q1 e Q2 do JCR (ano-base 2020). Um achado importante: “mais de 60% das publicações identificadas estão concentradas em apenas 7 revistas”, sendo que 26,2% dos artigos foram publicados na revista Comunicar, que aceita trabalhos em espanhol e português, além de inglês. Além disso, apenas 27 dos 196 autores(as) brasileiros(as) publicaram mais de uma vez em revistas internacionais – e apenas cinco deles estavam vinculados a universidades fora do eixo Sul-Sudeste. E, apesar de periódicos internacionais não costumarem exigir alto grau de formação, 75% dos(as) autores(as) tinham título de doutorado.
O estudo avaliou, ainda, a relevância das redes de cooperação e coautorias na internacionalização das pesquisas brasileiras, revelando uma tendência à submissão de trabalhos desenvolvidos em dupla e individualmente. Em 48 artigos, brasileiros(as) dividiram a autoria com pesquisadores(as) de outros países. “Ao avaliar o protagonismo dos pesquisadores baseados no Brasil nas redes de cooperação, todavia, nota-se que estes figuram como autores principais em apenas 16 dos 48 textos que são fruto de parceria internacional”, escrevem os(as) autores(as) do artigo.
“As conclusões do estudo indicam que pesquisadores baseados no Brasil têm ampliado sua participação em periódicos de maior prestígio internacional nos últimos anos. Embora haja uma maior constância nas publicações a partir de 2013, foram apenas alguns periódicos em específico que apresentaram uma maior publicação de artigos construídos a partir de instituições brasileiras. Em relação aos anos de 2005 e de 2008, observa-se uma concentração de artigos de estudos de televisão em duas longas edições da revista Comunicar, a primeira delas contando com 224 artigos no total e a segunda, com 79. Neste caso, vale ressaltar que os textos publicados estão em língua portuguesa e espanhola, o que sugere uma estratégia de publicação internacional em decorrência do idioma, já que a exigência do inglês escrito como nativo representa uma grande barreira para os pesquisadores. No caso de 2009, houve um dossiê sobre o jornalismo brasileiro no periódico Journalism, organizado por José Marques de Melo e Sônia Virgínia Moreira. Já o ano de 2021 apresenta crescimento e diversificação da produção internacional de pesquisadores baseados no Brasil, sem qualquer concentração em dossiês ou periódicos. De fato, 2021 marcou, ainda, a maior diversidade de instituições contempladas (20) entre os anos recortados para esta pesquisa”, concluem.
Para ler a pesquisa na íntegra, clique aqui.
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