18 de outubro de 2023
O Grupo Meios – Comunicação, Relações Raciais e Gênero acaba de lançar o guia “Boas práticas em Comunicação & Saúde Pública para população rural”, sob coordenação da professora Ivonete da Silva Lopes, do Departamento de Economia Rural da Universidade Federal de Viçosa (DER/UFV). O documento busca orientar órgãos públicos e profissionais de imprensa para o desenvolvimento de estratégias efetivas de Comunicação & Saúde, que levem em conta a diversidade social existente no meio rural e os fatores que aumentam a vulnerabilidade de indivíduos e comunidades.
O guia é resultado do projeto “Mulheres rurais e recursos infocomunicacionais: da desigualdade de acesso às estratégias de busca de conhecimento sobre saúde”, que teve apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Além da coordenadora, as pesquisadoras Daniela de Ullyséa Leal e Jéssica Suzana Magalhães Cardoso são responsáveis pelo desenvolvimento do trabalho.
A pesquisa foi desenvolvida no contexto da pandemia de covid-19, entre 2020 e 2022, com 50 mulheres quilombolas, assentadas e agricultoras da Zona da Mata Mineira. Os dados da investigação apontaram lacunas na Comunicação & Saúde Pública (C&S), sobretudo a dificuldade das instituições públicas de adequar as informações à realidade dos rurais.
Os resultados da investigação mostram que, no que se refere às informações sobre saúde, as mídias tradicionais (rádio e televisão) ocupam espaço de relevância e credibilidade entre as mulheres rurais, e o WhatsApp se destaca como ferramenta potencial para aprimorar a comunicação pública em saúde. Nesse contexto, a desinformação, popularmente denominada fake news, emerge como uma preocupação entre as participantes, o que aponta para a importância de instituições peritas em saúde orientarem a população rural sobre o tema.
Além disso, as dificuldades de acesso à internet e ao celular nos territórios rurais demarcam a necessidade de estratégias de C&S que contemplem outros meios de comunicação, não se restringindo aos digitais. Nesse sentido, parcerias com atores sociais como associações, igrejas e movimentos sociais podem contribuir para estratégias mais efetivas de comunicação e saúde.
Considerando as vulnerabilidades que perpassam o público estudado, delimitadas em marcadores sociais de gênero, território, raça, cultura e acesso às tecnologias de informação e comunicação (TIC), as ações de comunicação para a saúde dos rurais devem priorizar uma abordagem interseccional. Nesse âmbito, o guia recomenda que tais ações envolvam a família com um todo na responsabilização do cuidado, que frequentemente se concentra nas mulheres, somando-se à sobrecarga de trabalho caraterística de suas rotinas. Ressalta, ainda, que as mulheres pobres em áreas remotas encontram mais dificuldades para acessar os serviços de saúde, bem como as mulheres pretas e pardas, mais propensas a sofrerem violência e/ou negligência médica.
O guia está disponível para download gratuito no site do Grupo Meios.
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