O XV Congresso da Associação Latino-Americana de Investigadores da Comunicação (ALAIC), realizado entre 30 de julho e 1º de agosto na Faculdade de Ciências Sociais da Universidade da Costa Rica, em San Juan, reuniu pesquisadores, docentes, estudantes e profissionais de toda a América Latina em torno do tema central “Comunicação em sociedades diversas: horizontes de inclusão, equidade e democracia”, com massiva participação de brasileiros.

“O tema do ALAIC 2018 é oriundo de uma produção teórica influenciada pelas contradições específicas dos países latino-americanos e que não mais apenas reproduz os modelos importados da Europa e dos Estados Unidos. Ao mesmo tempo em que nossa produção teórica é heterogênea, há uma grande identificação: pensamos a comunicação a partir de contradições, como a desigualdade em nossas sociedades e o estado crítico de nossas democracias”, afirma Giovandro Marcus Ferreira, professor da Universidade Federal da Bahia e presidente da Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação (Intercom).

Segundo ele, “a questão de minorias sempre foi muito forte da produção comunicacional latino-americana, mas a academia no Brasil muitas vezes deu as costas para a América Latina”. Nesse sentido, considera de extrema relevância a integração promovida pelo congresso da ALAIC e por outros eventos de mesmo porte, como o congresso anual da Intercom. “Quando nos encontramos, vemos o quanto as reflexões são próximas: a perspectiva da desigualdade e das minorias, e como tudo isso não só afeta a produção nacional, mas também está na ordem do dia na América Latina”, afirma.

Participante da mesa “Conhecimentos diversos em sociedades diversas” ao lado de Erick Torrico (Bolívia) e Sarah Corona (México), com coordenação da presidente da ALAIC, Delia Crovi Druetta (México), o Prof. Dr. Giovandro Ferreira destaca a integração entre nacionalidades e gerações promovida pelo congresso. “Além disso, diversos teóricos da Comunicação foram homenageados ao longo do evento, sobretudo o Prof. José Marques de Melo, com reconhecimentos tanto por sua obra quanto por seu empreendedorismo na área. Ele foi muito lembrado, numa perspectiva de gratidão por sua colaboração no coletivo e também para cada um de nós”, conta o presidente da Intercom.

A Profa. Dra. Adriana Omena, da Universidade Federal de Uberlândia, também participou do ALAIC 2018 e faz uma avaliação positiva do congresso. A pesquisadora ministrou uma oficina e apresentou o trabalho “Popularização da ciência e os desafios da Comunicação Pública nas universidades federais em Minas Gerais”, ao lado das colegas Daniela Avila Magolli e Mirna Tonus. “A apresentação muito interessante, pois ocasionou um debate bastante produtivo. Voltamos com várias propostas para aprofundar nossas pesquisas”, avalia. “O congresso estava extremamente bem organizado e tinha mais participantes do que nos anos anteriores. Foi muito proveitoso e, com certeza, vou participar dos congressos futuros.”

“O congresso da ALAIC é um evento ímpar para nossas relações com a comunidade acadêmica latino-americana e uma excelente oportunidade para aprofundarmos o intercâmbio entre nossas entidades científicas”, afirma a Profa. Dra. Roseli Fígaro, livre-docente da Universidade de São Paulo (USP) e diretora de Relações Internacionais da Intercom. Nesta edição do congresso, ela coordenou o seminário “Comunicação, trabalho, cidadania: a crise no mundo do trabalho dos profissionais da comunicação”, que durou um dia inteiro, e participou do grupo temático “Teorias e metodologias da comunicação”, coordenado pelo Prof. Raul Fuentes, da Universidade de Guadalajara, México. “Também assisti aos painéis temáticos do congresso, e ressalto nossa amizade e colaboração com o Prof. Fernando Paulino, diretor de Relações Internacionais da ALAIC.”

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