Conheça os finalistas da 46ª Edição do Prêmio Vladimir Herzog

03 de outubro de 2024

Criado em 1978, com o objetivo de estimular jornalistas e artistas do traço a tratarem do tema da Anistia e dos Direitos Humanos, o Prêmio Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos divulgou a lista de finalistas da edição de 2024.

Neste ano, a 46ª edição homenageia e reconhece o trabalho de jornalistas, repórteres fotográficos e artistas do traço que, por meio de seu trabalho cotidiano, em sete categorias diferentes: Arte, Fotografia, Texto, Livro-Reportagem, Multimídia, Vídeo e Áudio.

No dia 10 de outubro, acontece a sessão pública de julgamento, que será transmitida ao vivo pelo canal do Youtube do Prêmio. Nesse momento, a Comissão Organizadora escolherá apenas um trabalho vencedor por categoria, e todos eles receberão o troféu símbolo do prêmio, criado pelo artista plástico Elifas Andreato. A Comissão também poderá conceder uma menção honrosa em cada uma das categorias, e os autores receberão um diploma de menção honrosa.

Atualmente, o Prêmio é promovido por 17 instituições da sociedade civil, além da família Herzog, e inclui a Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares em Comunicação (Intercom), além de: Associação Brasileira de Imprensa (ABI); Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (ABRAJI); Artigo 19; Comissão Justiça e Paz da Arquidiocese de São Paulo; Conectas Direitos Humanos; Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP); Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ); Geledés; Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB Nacional); Instituto Vladimir Herzog, Instituto Socioambiental (ISA); Ordem dos Advogados do Brasil – Secção São Paulo; Ouvidoria da Polícia do Estado de São Paulo; Coletivo Periferia em Movimento; Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo e União Brasileira de Escritores (UBE).

Conheça os trabalhos finalistas

Os trabalhos finalistas foram selecionados e divulgados na última semana. Eles estão divididos nas sete categorias e você pode conferir cada um deles clicando no título da produção:

  • Arte: Sem título, de Benett | Folha de S. Paulo; A Cultura do Estupro, de Cau Gomez | A Tarde e; Genocídio em Gaza, de Quinho | Estado de Minas.
  • Fotografia:Crack vs SP, de Bruno Santos | Folha de S. Paulo;Cachoeira de Sangue, de Eduardo Anizelli | Folha de S. Paulo; Passe Livre faz manifestação em São Paulo contra aumento da tarifa, de Paulo Pinto | Agência Brasil.
  • Áudio: Caso das 10 mil, de Angela Boldrini, Raphael Concli, Magê Flores, Daniel Castro, Isabella Menon, Catarina Pignato,Carolina Moraes | Folha de S. Paulo;Brigada Militar: assédio e suicídio entre policiais militares no RS, de Leno Falk | Agência Radioweb; Fincar o pé, de Tailane Muniz, Branca Vianna, Paula Scarpin, Flora Thomson-Deveaux, Guilherme Alpendre, Marcela Casaca, Juliana Jaeger, Vitor Hugo Brandalise, Évelin Argenta,Bia Guimarães, Sarah Azoubel, Bárbara Rubira, Natália Silva, Julia Matos,Luiza Silvestrini, Bia Ribeiro, Gilberto Porcidonio, Mateus Coutinho, Pipoca Sound | Rádio Novelo.
  • Multimídia: Gigante pela própria imundíce, de Isadora Teixeira, Lilian Tahan, Priscilla Borges, Otto Valle, Olívia Meireles, Juliana El Afioni, Gui Prímola, Yanka Romão, Daniel Ferreira, Michael Melo, Igo Estrela, Gabriel Foster, André Esteves |Metrópoles; Amazon Underworld, de Bram Ebus, Alex Rufino, Andrés Cardona, Jaap van 't Kruis, Barbara Fraser, Juan Torres, Beatriz Jucá, Jeanneth Valdivieso, Laura Kurtzberg,Luiz Fernando Toledo, Mathias Felipe, Diane Sampaio, Emily Costa, Ivan Brehaut, Pamela Huerta, Sam Cowie, Leandro Barbosa, Silvana Vincenti, Tatiana Escárraga | InfoAmazonia e; Darién, a selva da morte, de Mayara Paixão, Lalo de Almeida, Gustavo Queirolo, Juliano Machado, Rubens Fernando Alencar | Folha de S. Paulo.
  • Texto:Maria Júlia tem medo de ser queimada viva pelos “homens maus”, de Catarina Barbosa | Sumaúma;Triste Bahia – Como age a polícia que mais mata, de Marcelo Canellas | Revista Piauí e; Posso ser eu?, de Talita Catie, Augusto Ittner, Patrick Rodrigues, Lucas Amorelli, Ciliane Pereira | Jornal de Santa Catarina
  • Vídeo: Inocentes na prisão, de Ana Passos, Gabriel Penchel, Adaroan Barros, Caio Araujo, Carlos Junior, Alex Sakata, Caroline Ramos | TV Brasil/EBC; Invisíveis, de Eduardo Noguera Torres, Nathalia Butti, João Rocha, Ivan Fromer | TV Globo - Fantástico e;Os caminhos da Democracia 1932 – 1977 – A história do movimento estudantil no Brasil, de Gabriel Priolli, Simão Scholz, Jorge Valente, Ricardo Ferreira, Leão Serva, Leandro Silva, Luiz Turati, Jerônimo Moraes, Vanessa Lorenzini, Marco Galo, Euclides Conceição, Alexandre Tato, Jorio Jose Da Silva, Valdecy Messias De Souza, Celso Macedo, Nestor Dias, Marilia Assef, José Vidal Pola Galé, Marici Capitelli, Eugênio Araújo, Silviano Floriano Filho | TV Cultura SP.
  • Livro-Reportagem: Pandemias: os reflexos da maior emergência sanitária do planeta em 15 reportagens especiais, de Jaqueline Fraga | Editora Negra Sou; Geisel em Londres: a visita de Estado em 1976 e a questão dos direitos humanos, de Geraldo Cantarino | Mauad X; Invisíveis – Quando A Rua é Morada, o Vírus é só mais uma Ameaça, de Karla Maria | Selo Amavisse - Editora Patuá; A Torre: O cotidiano de mulheres encarceradas pela ditadura, de Luiza Villaméa | Companhia das Letras e; Milicianos – Como agentes formados para combater o crime passaram a matar a serviço dele, de Rafael Soares | Objetiva.

A categoria Livro-Reportagem é a única que os produtos não estão disponíveis para download gratuito.

Roda de conversas entre os finalistas

No dia 29 de outubro, no Tucarena, em São Paulo, acontecerá a roda de conversa com os finalistas do prêmio. O evento busca, por meio de uma atitude educativa, promover a troca de experiências no campo do fazer jornalístico.

A experiência existe desde 2012 e objetiva também colocar à disposição dos estudantes e estudiosos do jornalismo o conhecimento sobre métodos e procedimentos que estão na construção de algumas das reportagens reconhecidas como das mais importantes da imprensa brasileira na área dos Direitos Humanos.

Desde a primeira edição, as Rodas são organizadas pelos jornalistas Angelina Nunes e Paulo Oliveira (Abraji – Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo), Aldo Quiroga (TV Cultura / Departamento de Jornalismo da PUCSP) e Sergio Gomes (OBORÉ / Instituto Vladimir Herzog).

Premiação especial de 2024

Além dos finalistas divulgados pela comissão organizadora, neste ano, oPrêmio Especial Jornalístico Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos fará homenagens especiais, com as indicações deFlávia Oliveira, Gizele Martins e a Rede Wayuri de Comunicadores Indígenas do Rio Negro.

As escolhas levaram em consideração as contribuições relevantes para o cenário atual do jornalismo brasileiro, que caminha no reconhecimento da diversidade, inclusão, pluralidade de vozes e de causas, e de partilha do protagonismo na defesa do direito à informação e na democratização do acesso à comunicação.

Flávia Oliveira é colunista do jornal “O Globo” e comentarista da “GloboNews” e da “Rádio CBN”. Desde 2019 atua no podcast “Angu de Grilo” com sua filha, a também jornalista Isabela Reis. Foi premiada com o Esso (2001) na categoria Melhor Contribuição à Imprensa pela série de reportagens “Retratos do Rio”. Em 2003, recebeu o Prêmio Elizabeth Neuffer da Associação dos Correspondentes da ONU pela série de reportagens sobre desenvolvimento humano junto com Luciana Rodrigues. No mesmo ano, recebeu da Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) o Prêmio Jornalismo para Tolerância por seu trabalho no suplemento “A Cor do Brasil”, no jornal “O Globo”. Em 2023, foi condecorada pelo governo brasileiro com o grau oficial da Ordem de Rio Branco.

Gizele Martins é jornalista, comunicadora comunitária e pesquisadora. Mestre em Educação, Cultura e Comunicação em Periferias Urbanas (UERJ). Doutoranda em Comunicação (ECO/UFRJ). Autora do livro “Militarização e censura – a luta por liberdade de expressão na Favela da Maré” (2019), articuladora da Rede de Proteção de Jornalistas e Comunicadoras/es e desde 2020 atua na Frente de Mobilização da Maré. Integra a Coalizão de Mídias Periféricas, Faveladas, Quilombolas e Indígenas – formada em 2023 por 11 organizações de mídia. A articulação prevê a incidência política local e nacional, troca de saberes e produções coletivas.

A Rede Wayuri de Comunicadores Indígenas do Rio Negro é um coletivo de mídia popular formado por aproximadamente 30 comunicadores das etnias Baré, Baniwa, Desana, Tariana, Tuyuka, Piratapuia, Tukano, Wanano, Hup’dah, Yanomami e Yeba Masã. Criada em 2017, produz notícias semanais para distribuir para as 750 comunidades indígenas das terras demarcadas do Baixo ao Alto Rio Negro, nos municípios de Barcelos, Santa Isabel do Rio Negro e São Gabriel da Cachoeira, no Amazonas. A Rede Wayuri está vinculada à Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (Foirn), fundada em 1987 para defender os direitos territoriais e culturais dos 23 povos do rio Negro.

Ambos receberão o Prêmio especial durante a cerimônia solene no dia 29 de outubro, em São Paulo. Mais informações no site oficial do Prêmio.

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