14 de agosto de 2019
“Em um ambiente de crise da democracia, é essencial abordar a resistência. Como vamos nos organizar para resistir ao autoritarismo?” Com este questionamento, o professor Felipe Pena (UFF/Intercom) resume a importância da quarta edição do Colóquio Jornalismo, Resistência e Literatura, que terá nomes como os jornalistas Franklin Martins e Renato Rovai, a escritora Anna Maria Linhares e o juiz federal Edevaldo de Medeiros em três mesas de debates no dia 6 de setembro, no Auditório 8 da Universidade Federal do Pará (UFPA), em Belém.
O IV Colóquio Jornalismo, Resistência e Literatura faz parte da programação do 42º Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação (Intercom 2019), a ser realizado de 2 a 7 de setembro na UFPA, em Belém, com o tema central “Fluxos comunicacionais e crise da democracia”. “Teremos um enfoque maior no tema do congresso deste ano. Para isso, contamos com a presença de pessoas que estão acostumadas a fazer resistência regional, nacional e internacionalmente”, explica Felipe Pena, coordenador geral do evento.
A primeira mesa do dia, das 10h às 12h, terá a jornalista cubana Rosa Miriam Elizalde, vice-presidente da Federação Latino-americana de Jornalismo, o jornalista Renato Rovai, editor da revista “Fórum”, e o juiz federal Edevaldo de Medeiros para discutir “Jornalismo de Resistência” – debate que, segundo o professor Felipe Pena, será alicerçado pelos eixos da guerra semiótica e do lawfare.
Sobre a guerra semiótica, Pena explica que ela se baseia em três pressupostos: a ressignificação de palavras e conceitos (estratégia que era utilizada pelos nazistas, bem explicada no livro “LTI – A Linguagem do Terceiro Reich”, de Victor Klemperer); o agendamento político e da cognição pública não mais pela imprensa, e sim pelo Twitter presidencial; e o sofisticado modus operandi dessa estratégia, criado por Steve Bannon para a campanha de Donald Trump em 2016, que utiliza grupos de WhatsApp como “laboratório de testes” para as falácias criadas, antes que elas sejam disseminadas pelas redes sociais digitais e pelo próprio WhatsApp. “Hoje, a situação no Brasil vai além de uma guerra de versões – não é a pós-verdade, e sim a autoverdade. A Comunicação precisa entender muito bem esses três princípios da guerra semiótica para poder enfrentá-la”, afirma. Nesse sentido, Renato Rovai explicará como atua na revista “Fórum” em relação a essa guerra semiótica, enquanto Rosa Miriam Elizalde dará a perspectiva de uma jornalista que faz resistência em Cuba – país que também é vítima de uma guerra semiótica.
Já o lawfare – a “guerra jurídica” em que o Direito é utilizado para fins específicos – será abordado por ser um fator determinante na atual crise da democracia no Brasil. “Para explicar como a Justiça vem sendo vilipendiada, deturpada e desrespeitada pelo mecanismo do lawfare, atualmente adotado por grande parte do Judiciário brasileiro, teremos na mesa um juiz federal que não se alinha a essa prática. Edevaldo Medeiros dará sua visão enquanto jurista que desempenha a mesma função que Sergio Moro tinha antes de se tornar ministro da Justiça”, explica Felipe Pena.
Os debates seguem na Mesa 2 com o tema “O futuro da televisão”, das 14h às 16h. “Além de falar sobre como a TV aberta vem perdendo campo para o streaming, os três convidados da mesa também entrarão na questão da resistência”, afirma o coordenador do Colóquio. “Franklin Martins, que é um dos maiores jornalistas da história do Brasil, foi diretor da TV Globo durante muitos anos e ministro do governo Lula na Secretaria de Comunicação, onde pôde entender melhor a falta de democratização da Comunicação no país. Já André Fran, que viaja mundo inteiro com o programa ‘Que mundo é esse?’, da Globonews, dará um apanhado geral sobre como a televisão caminha para o streaming e como essa linguagem evoluiu, e como ele (que é também ativista social) faz jornalismo de resistência. E Nathália Kahwage, que é apresentadora da TV Liberal, do Pará, dará uma visão mais regional, que também é muito importante.”
A terceira e última mesa, das 16h às 18h no dia 6 de setembro, buscará entender como a literatura faz resistência. Para tanto, contará com a participação de Cristina Serra, ex-repórter especial da TV Globo que acaba de lançar o livro-reportagem "Tragédia em Mariana – A história do maior desastre ambiental do Brasil" (Record). “Cristina foi muito criticada nas redes sociais por se posicionar contra o governo Bolsonaro e por denunciar escândalos de grandes empresas, como é caso da Vale do Rio Doce em Mariana. Além disso, traz uma visão regional, pois ela é paraense”, comenta o professor Felipe Pena. Também participa da Mesa 3 a escritora Anna Maria Linhares, que mostrará como a cultura dos índios do Pará é uma forma de resistência. “Com isso, teremos uma especialista na cultura indígena amazônica falando sob o viés da literatura – que é uma grande forma de resistência, além do jornalismo.”
SOBRE O INTERCOM 2019
O 42º Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação, de 2 a 7 de setembro de 2019 na UFPA, em Belém, é uma realização da Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação (Intercom).
Além do IV Colóquio Jornalismo, Resistência e Literatura, a programação do congresso inclui oficinas e minicursos, sessões de apresentação de trabalhos nos Grupos de Pesquisa, Intercom Júnior e Exposição de Pesquisa Experimental em Comunicação (Expocom) e evento de lançamento de livros (Publicom). O Intercom 2019 também abriga outros eventos científicos como: IV Colóquio Latino-americano (Pan Amazônico) de Ciências da Comunicação; VI Encontro Internacional do Colégio dos Brasilianistas da Comunicação; Jornada Beltraniana 2019 (Rede Folkcom); Fórum Ensicom 2019 (que terá a última audiência pública sobre as Diretrizes Curriculares de Publicidade e Propaganda); III Fórum de Rádios e TVs Universitárias; V Fórum Socicom-Intercom; IV Fórum Comunicação e Trabalho; II Ciclo Amazônia; e 42º Ciclo de Estudos Interdisciplinares da Comunicação.
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