14 de agosto de 2019
O 42º Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação (Intercom 2019) começa no dia 2 de setembro com a abertura do IV Colóquio Latino-americano (Pan-Amazônico) de Ciências da Comunicação, às 9h no Auditório 1 do campus da Universidade Federal do Pará (UFPA) em Belém. Com o tema central “O pensamento comunicacional latino-americano, território e descolonização”, o Colóquio deste ano reunirá pesquisadores do Brasil, da Venezuela, da Colômbia, do Equador e da Bolívia para debater a realidade desses países, propor soluções, disseminar o conhecimento produzido na região e fomentar parcerias de pesquisa. Além disso, será estabelecido um importante acordo bilateral de cooperação em pesquisa entre Brasil e Bolívia.
“A abordagem pan-amazônica está relacionada à localização do congresso, no Norte do país – uma região onde o campo da Comunicação tem crescido bastante nos últimos anos, o que foi demonstrado no congresso regional Intercom Norte 2019, que foi muito relevante e vibrante. O Intercom nacional, que tenho certeza de que será um sucesso, será uma oportunidade de fortalecer laços entre pesquisadores do Norte e dos países vizinhos”, explica a professora Roseli Fígaro (ECA-USP), diretora de Relações Internacionais da Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação (Intercom) e coordenadora do Colóquio Latino-americano.
Segundo Roseli Fígaro, o tema da descolonização está estritamente ligado à Comunicação e ao tema do Intercom 2019, “Fluxos comunicacionais e crise da democracia”. “Com a possibilidade da atuação em redes digitais (nos processos tanto comunicacionais quanto produtivos), criou-se um discurso retórico vazio de que as tecnologias fariam sozinhas a globalização, e que esse fluxo daria conta dos processos de democratização e de distribuição das riquezas sociais. Isso tudo é uma falácia, porque o compartilhamento é unilateral, ou seja, nós depositamos nossos dados na internet, nas redes digitais, e se faz muito dinheiro com isso. Só que a distribuição de recursos e benefícios para a população é muito pequena em relação à potencialidade da tecnologia”, afirma a professora. “Aí entra a questão da descolonização. A colonização atual tem muito a ver com os novos fluxos comunicacionais: não é preciso nenhuma caravela, nem acorrentar e açoitar ninguém. Há um controle grande de todos os dados, usados para formular perfis de consumidores e, sobretudo, para fazer o controle social. O pensamento comunicacional tem que estar vinculado a essa realidade. No Colóquio, faremos uma abordagem da identidade local que nos une, e também da necessidade de termos uma produção intelectual, independente e autônoma, para contribuir ao processo de descolonização.”
Na Mesa 1, que ocupará toda a manhã do dia 2 de setembro, o venezuelano Adrian José Padilha Fernandez (UNESR); o colombiano José Miguel Pereira Gonzalez (PUJ), a equatoriana Gissela Dávila (CIESPAL), o boliviano Erick Torrico (Universidad Simón Bolívar) e o brasileiro Vilso Junior Santi (UFRR) discutirão “Desafios da Comunicação para a democracia: território e descolonização”, com moderação do presidente da Intercom, Giovandro Ferreira (UFBA). O objetivo será refletir conceitualmente sobre território, descolonização e democracia na perspectiva da Comunicação.
À tarde, a partir das 14h, a Mesa 2 “A Comunicação como resistência: entornos de outras vozes nas
pesquisas” ampliará o debate da primeira mesa. “Se a Comunicação tem desafios para analisar a situação de território e descolonização, ela também é um espaço de resistência. A proposta da mesa é que os pesquisadores contem suas experiências de pesquisa em seus respectivos países, revelando essas vozes do popular, as vozes da resistência”, explica Roseli Fígaro. Os convidados da segunda mesa são: Karina Olarte Quiroz (Aboic), da Bolívia; Adrian José Padilha Fernandez (UNESR), da Venezuela; Gissela Dávila (Ciespal), do Equador; José Miguel Pereira Gonzalez (PUJ); e Sandro Adalberto Colferai (UNIR/Intercom), Dennis de Oliveira (USP) e Maria Ataide Malcher (UFPA), do Brasil. A moderação será feita pelo professor Allan Soljenítsin Barreto Rodrigues (UFAM), diretor Cultural da Intercom.
No dia 3 de setembro, das 9h às 10h, a professora Edna Maria Ramos Castro (UFPB) fará uma conferência sobre sua larga experiência nas relações latino-americanas em pesquisa, dividindo a mesa com Roseli Fígaro e Giovandro Ferreira. A conferência servirá como abertura para a Mesa 3, que começará logo a seguir para debater o tema “Experiências transnacionais latino-americanas de pesquisas em Comunicação: por onde caminhar?”, com a presença de todos os participantes das outras mesas. “O intuito dessa mesa de encerramento será prospectar possibilidades. Dentro dessa realidade discutida, e com as vozes de resistência que pesquisamos, como podemos construir uma experiência latino-americana em pesquisa? Acredito que será uma boa síntese do Colóquio e que também trará propostas práticas”, avalia a professora Roseli Fígaro.
Para a coordenadora, o Colóquio Latino-americano promovido anualmente pela Intercom é de extrema importância para o desenvolvimento de um pensamento comunicacional latino-americano, pois promove as relações entre pesquisadores e divulga as obras de pensadores da região no Brasil – e vice-versa. “Além disso, temos caminhado no sentido de construir redes de pesquisa. Em 2018, por exemplo, estreitamos o vínculo com Gabriel Kaplún, do Uruguai, e com Washington Uranga, da Argentina, e desde então temos atuado juntos em uma pesquisa sobre o trabalho do comunicador e do jornalista. E isso é muito positivo”, completa. “Precisamos olhar para nós e para nossos vizinhos. Os lugares no mundo são conquistados, então isso é uma tarefa nossa.”
COLÓQUIO BRASIL-BOLÍVIA: AVANÇOS NO ACORDO BILATERAL
O período vespertino do dia 3 de setembro será ocupado por um evento bilateral entre Brasil e Bolívia. “O Colóquio Brasil-Bolívia é um plano antigo da Intercom com a Associação Boliviana de Pesquisadores da Comunicação (Aboic). Os presidentes das duas entidades, Giovandro Ferreira e Karina Olarte Quiroz, apresentarão as ideias que vêm discutindo para um acordo bilateral de pesquisa. Assim, o objetivo será selar esse acordo de maneira democrática e ampla, com a participação direta de pesquisadores dos dois países”, explica Roseli Fígaro.
SOBRE O INTERCOM 2019
O 42º Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação, de 2 a 7 de setembro de 2019 na UFPA, em Belém, é uma realização da Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação (Intercom).
Além do IV Colóquio Latino-americano (Pan Amazônico) de Ciências da Comunicação, a programação do congresso inclui oficinas e minicursos, sessões de apresentação de trabalhos nos Grupos de Pesquisa, Intercom Júnior e Exposição de Pesquisa Experimental em Comunicação (Expocom) e evento de lançamento de livros (Publicom). O Intercom 2019 também abriga outros eventos científicos como: VI Encontro Internacional do Colégio dos Brasilianistas da Comunicação; Jornada Beltraniana 2019 (Rede Folkcom); Fórum Ensicom 2019 (que terá a última audiência pública sobre as Diretrizes Curriculares de Publicidade e Propaganda); III Fórum de Rádios e TVs Universitárias; V Fórum Socicom-Intercom; IV Fórum Comunicação e Trabalho; II Ciclo Amazônia; 42º Ciclo de Estudos Interdisciplinares da Comunicação; e IV Colóquio Jornalismo, Resistência e Literatura.
Clique aqui para conferir a programação preliminar do Intercom 2019.
No site oficial do Intercom 2019, você encontra mais detalhes sobre Belém e a UFPA.
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