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Na última terça-feira (25/10), a apenas cinco dias do segundo turno da eleição que conduziu Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência da República, foi realizada a cerimônia de premiação do 44º Prêmio Jornalístico Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos. Pela primeira vez presencial desde 2020, a cerimônia, apresentada pelo jornalista Juca Kfouri, lotou o teatro Tucarena, na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), para as homenagens nas sete categorias de um dos mais importantes reconhecimentos do jornalismo brasileiro.
“O Prêmio Vladimir Herzog, ao longo dessas quatro décadas, vem trabalhando a defesa dos valores fundamentais da liberdade, da diversidade e do pluralismo de ideias, pois disso é que se trata a democracia. Colegas jornalistas, em nome da Comissão Organizadora, parabéns por estarem aqui, parabéns por insistirem e não desistirem de trazer ao mundo a verdade dos fatos”, falou Edgard Rebouças (Ufes), diretor de Relações Internacionais da Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação (Intercom), que fez o pronunciamento em nome da Comissão Organizadora.
Em um discurso marcado pela memória do assassinato do jornalista Vladimir Herzog, aos 38 anos, em 25 de outubro de 1975 pela ditadura militar, o professor Edgard salientou a importância do trabalho jornalístico realizado pelos(as) profissionais que concorreram neste ano para o combate à desinformação, à violência, ao ódio e à intolerância, bem como para a defesa da democracia e dos direitos humanos. “Este prêmio nasceu em 1978, em plena ditadura. Foi criado para homenagear profissionais de imprensa que tinham a coragem de trazer a público a realidade e os crimes daquela época. [...] Passados 47 anos, estamos nós aqui, de novo, tendo que nos defender e lutar contra a ditadura, pela democracia e pelos direitos humanos”, comparou. “Podemos dizer, sem nenhuma dúvida, que o cenário vivido pela imprensa no Brasil é o mais difícil desde o final da ditadura. Nunca estivemos tão próximos da continuidade de um governo autoritário que desrespeita continuamente as instituições do Estado. Os déspotas odeiam a verdade”, continuou, acrescentando os números alarmantes de ataques e agressões contra jornalistas desde 2019.
“Como diria Vlado, 'quando perdemos a capacidade de nos indignar frente às atrocidades cometidas contra os outros, perdemos o direito de nos considerar seres humanos civilizados'. E é por esse sonho possível que continuamos lutando, que estamos aqui, juntos, para dizer a uma só voz: fora... ditadura nunca mais, salve a democracia”, concluiu.
Após o pronunciamento do representante da Intercom na Comissão Organizadora, foi feita homenagem especial ao artista Elifas Andreato, que criou o troféu do Prêmio Vladimir Herzog e que faleceu em março deste ano. Em seguida, os troféus foram entregues aos e às jornalistas cujos trabalhos foram vencedores. “O que posso dizer de mais importante aqui é que a luta não acaba no dia 31. Seja o resultado que tiver. Nós, que estamos vivos, estamos diante de uma guerra movida contra a natureza, uma guerra planetária que não acabará enquanto vivermos. A luta é para sempre. E não existe a opção de estar ou não estar em guerra. A guerra já está”, falou Eliane Brum, reconhecida na categoria Livro-reportagem com “Banzeiro òkòtó: uma viagem à Amazônia centro do mundo” (Companhia das Letras, 2021). “A omissão nessas eleições e para muito além delas não é uma opção. Em momentos limites como este, toda omissão é ação. De hoje até domingo, o melhor que podemos fazer é lutar por cada voto para Lula, sem jamais perder de vista que, no dia 31, seja qual for o resultado, acordaremos em pé e seguiremos lutando”, concluiu.
Assista à íntegra da cerimônia de premiação no canal da PUCTV no YouTube.
Para conhecer todos os trabalhos vencedores e com menção honrosa no 44º Prêmio Jornalístico Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos, acesse o site oficial.
Você também pode assistir à roda de conversa com os vencedores e vencedoras. Clique aqui.
O 44º Prêmio Jornalístico Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos foi promovido e organizado por uma comissão formada por: Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), Associação Brasileira de Imprensa (ABI), Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP), Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação (Intercom), Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP), Ouvidoria da Polícia do Estado de São Paulo, Comissão Justiça e Paz da Arquidiocese de São Paulo, Conectas Direitos Humanos, Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB Nacional), Ordem dos Advogados do Brasil – Secção São Paulo (OAB-SP), Periferia em Movimento e Instituto Vladimir Herzog (IVH).
Mais informações no site do prêmio.
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