GP Estudos de Televisão e Televisualidades seleciona pesquisadores para projeto sobre Jogos Olímpicos de Tóquio 2020

9 de outubro de 2019

A Iniciativa Televisualidades de Ponta a Ponta, vinculada ao Grupo de Pesquisa (GP) Estudos de Televisão e Televisualidades da Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação (Intercom), está com inscrições abertas até 16 de outubro para pesquisadores interessados em participar voluntariamente do projeto Olimpíadas 2020. O projeto irá monitorar a cobertura dos Jogos Olímpicos de Tóquio por emissoras de TV lineares/abertas em todo o território brasileiro.

Pós-graduandos, docentes e pesquisadores podem se inscrever em uma das três frentes do projeto (veja abaixo) via formulário digital.

Os voluntários atuarão, de forma não remunerada, na coleta de dados empíricos de janeiro a agosto de 2020, quando se encerram os Jogos Olímpicos de Tóquio. A agenda de participação será definida e divulgada de acordo com a disponibilidade informada pelos pesquisadores selecionados.

A íntegra dos dados coletados ficará disponível aos participantes voluntários após o término do projeto. Além disso, os pesquisadores selecionados que contribuírem com a pesquisa vão receber uma declaração formal de participação, emitida pelo GP Estudos de Televisão e Televisualidades. Adicionalmente, o GP planeja uma sessão especial durante o Intercom 2020, a ser realizado na primeira semana de setembro na Universidade Federal da Bahia (UFBA), para apresentação de artigos selecionados com resultados parciais do projeto. Por fim, tais artigos deverão ser publicados em formato de livro.

Após a seleção dos participantes inscritos, o responsável pela Frente de Trabalho informada fará contato com os voluntários para mais informações.

FRENTES DO PROJETO OLIMPÍADAS 2020

Frente 1: Televisualidades em Experiência de TV
Responsável: Prof. Dr. Carlos Eduardo Marquioni (UTP)
Subprojeto no qual são monitorados conteúdos relacionados aos Jogos Olímpicos de 2020 veiculados em experiência de TV pelas emissoras lineares/abertas. Interessam, então, conteúdos transmitidos no “fluxo” (Williams, 2005, p. 89-90) planejado daquelas emissoras em (i) programas jornalísticos, em (ii) programas de entretenimento ou (iii) coberturas esportivas. No caso de (i) programas jornalísticos, interessam tanto conteúdos veiculados em produções locais (como matérias que abordem esportistas ou grupos de esportistas locais) quanto veiculadas nos programas transmitidos em rede nacional. Para os (ii) programas de entretenimento, são esperadas análises de comportamento motivadas pela prática do esporte que tenham evidente relação com a ocorrência dos jogos, além da participação de esportistas naqueles programas. Finalmente, como exemplos para (iii) coberturas esportivas, podem ser mencionadas modificações na grade de programação em função dos jogos olímpicos, ou programas especiais inseridos no “fluxo”. Para todos os casos (i, ii, iii), entende-se também ser relevante realizar monitoramento dos anunciantes dos programas para análises associadas a como a ocorrência de um evento como os Jogos Olímpicos influencia o modelo de negócios de venda de audiências (reconhecidamente o principal financiador da TV comercial/linear/aberta). Para o subprojeto são previstos acompanhamentos em períodos definidas em cronograma, associados a formalização em artefato padrão fornecido para decupagem dos conteúdos veiculados. Com o destaque que o acompanhamento se dá apenas em relação às emissoras de TV lineares/abertas.

Frente 2: Televisualidades em dissecação: escavações sobre a memória das imagens
Responsável: Prof. Dr. Gustavo Daudt Fischer (Unisinos)
Subprojeto no qual são monitoradas as imagens televisivas relacionadas aos Jogos Olímpicos de 2020 nos mesmos casos citados em i, ii e iii da Frente 1 (ainda que com eventuais diferenças em programas regionais) para fins de dissecação das mesmas, nos termos propostos por Kilpp para analisar o televisivo: “matar o fluxo, desnaturalizar a expectação, intervir cirurgicamente nos materiais plásticos e narrativos” (2006, p. 2). As intervenções serão na perspectiva da identificação de camadas de memórias (diferentes temporalidades, devires, tendências). A metáfora da escavação (Fischer, 2015) é inspirada nos estudos de arqueologia da mídia e busca problematizar as imagens como superfícies espessas (Bruno, 2014) a partir da noção inicial de interfaces culturais de Manovich (2001) assim como dos conceitos de televisualidades e teleaudiovisualidades de Kilpp (2018). Busca-se, em grande medida, assinalar características técnicas/tecnoculturais, estéticas e de linguagens (montagens, narrativas, sonoridades, entre outras) através desta frente, que poderão ser organizadas em coleções de imagens que poderão ser acessadas via banco de dados (google drive ou similar) pelos diferentes integrantes do GP inicialmente e depois público externo em hotsite do projeto ou similar. Com o destaque que o acompanhamento se dá apenas em relação às emissoras de TV lineares/abertas.

Frente 3: Tecnologias e televisualidades: modalidades de entrega “Out TV Set” e conteúdo individualizado
Responsável: Prof. Dr. Francisco Machado Filho (PPGCom Unesp/Bauru)
Subprojeto no qual são monitorados conteúdos relacionados aos Jogos Olímpicos de 2020 veiculados em experiência de TV pelas emissoras lineares/abertas em suas plataformas online e por empresas de Streaming. Interessam as entregas de conteúdo por quaisquer sistemas fora da entrega linear da TV linear/aberta ou Paga (TV por cabos, Satélite ou IPTV) no aparelho de TV, exceto quando usado como monitor conectado à internet. São observadas as estratégias de engajamento da audiência e o uso de Máquinas de Aprendizagem (Machine Learning/IA) no conteúdo transmitido e/ou na publicidade personalizada diretamente relacionada ao conteúdo transmitido. Por conteúdo transmitido desta Frente entende-se a transmissão das modalidades olímpicas ao vivo. Busca-se nesta frente identificar as ferramentas de IA utilizadas pelas empresas e emissoras e analisar as tecnologias empregadas, as questões técnicas/estéticas, de linguagem, a relação entre o conteúdo transmitido e a publicidade direcionada nas redes sociais e modelos de negócios que possam subsidiar o debate acerca da legislação vigente no Brasil e suas limitações, o papel da mídia tradicional versus a mídia online como veículos de comunicação de massa na oferta de conteúdo de interesse nacional – como descrito na Lei 12.485/2011; artigo 2 parágrafo XIII (BRASIL). Com o destaque que o acompanhamento se dá apenas em relação às emissoras de TV lineares/abertas.

Referências das ementas

BRASIL. Lei Nº 12.485, de 12 de setembro de 2011. Dispõe sobre a comunicação audiovisual de acesso condicionado; altera a Medida Provisória nº 2.228-1, de 6 de setembro de 2001, e as Leis nºs 11.437, de 28 de dezembro de 2006, 5.070, de 7 de julho de 1966, 8.977, de 6 de janeiro de 1995, e 9.472, de 16 de julho de 1997; e dá outras providências. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 12 set. 2011. Disponível em: . Acesso em: 07 out. 2019.

BRUNO, Giuliana. Surface: Matters of aesthetics, materiality, and media. University of Chicago Press, 2014.

FISCHER, Gustavo. Do audiovisual confinado às audiovisualidades soterradas em interfaces enunciadoras de memória. In: KILPP, Suzana et al. Tecnocultura audiovisual: temas, metodologias e questões de pesquisa. Porto Alegre: Sulina, 2015.

KILPP, Suzana. Imagem-Duração e Teleaudiovisualidades na Internet. Curitiba: Appris Editora e Livraria Eireli-ME, 2018.

KILPP, Suzana. Panoramas televisivos. UNIrevista (UNISINOS. Online), v. 1, p. 1-11, 2006.

MANOVICH, Lev. The language of new media. MIT press, 2001.


WILLIAMS, Raymond. Television: Technology and Cultural Form. Padstow: Routledge Classics, [1974] 2005.

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